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Retrospectiva?

Não deu para o Mengo no Catar. O time ainda conseguiu encarar o poderoso Liverpool durante um bom tempo do jogo, mas depois sucumbiu ao excelente time de Klopp. Acredito que, assim como eu, a torcida rubro negra tenha ficado orgulhosa de seu time.
A derrota evidencia algumas coisas que, talvez por fanatismo e falta de isenção ou ainda conhecimento, não queiramos admitir. Em primeiro lugar os europeus estão anos luz a nossa frente. Basta compararmos a qualidade dos nossos ultrapassados técnicos com os do velho continente. Por aqui temos exemplo de Felipão que depois dos 7 a 1 foi parar no poderoso futebol chinês. Retornou para o Palmeiras, foi campeão brasileiro e se achava no topo até a chegada de Jesus no Mengo. E o que dizer de Abel, que não admitia que Bruno Henrique, Gabigol, Everton Ribeiro e Arrascaeta atuassem juntos. A campanha pífia e os resultados em campo, enquanto ele dirigia o rubro negro, mais uma vez comprovam o que eu falo. O técnico saiu do Mengo e foi contratado para ser o salvador do Cruzeiro. Mano Menezes foi talvez o pior de todos. Então dirigindo o alviverde, Mano terminou o brasileirão antes da interrupção da Copa América com 9 pontos a frente do Mengo. Após a competição sul americana, quando Jesus assumiu, o Mengo tirou os nove pontos e colocou quase dez de vantagem.

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Outro detalhe que ficou visível. O calendário prejudica os clubes brasileiros. Faço um “mea culpa” e confesso que errei quando afirmei que minha esperança era que o líder do campeonato inglês, cansasse devido a sequencia de duros jogos pelas três competições disputadas na Europa. Não me antenei para um pequeno detalhe. O Mengo vem jogando o ano todo e os ingleses têm uma folga de quase 3 meses, entre o fim e o recomeço da temporada. Quando um repórter relatou a Klopp o número de jogos que o clube carioca havia feito no ano, o técnico alemão achou que era brincadeira.

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Outro fator que pesou na derrota, foi o fato do Mengo não possuir substitutos a altura dos titulares. O lateral Rodinei foi um dos que deixaram a Gávea. Com ele acredito que outros também deveriam pegar o barco. Mas então esbarramos em mais um problema: É necessário muito dinheiro para manter um time titular com um ótimo banco de reservas, posso estar enganado mas acredito que no Brasil nenhum clube possui essa condição atualmente.

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Ainda não acredita no abismo que existe entre nós e eles ? Vamos alguns fatos. Com a abertura do mercado europeu, os grandes clubes formam verdadeiras seleções mundiais. Do goleiro aos atacantes, ao menos 90% atuam por seleções de diferentes países. Retire Salah, Mané e Firmino do Liverpool e coloque aqueles atacantes cabeçudos ingleses, pois garanto que esse time não iria a lugar algum. O meu outro clube de coração, por razões diversas, a Juventus de Turin só conta com sete italianos em seu atual elenco. Deste sete apenas os zagueiros Chiellini e Bonucci atuam no time principal. O resto do time tem jogadores titulares nas seleções da Alemanha, Colômbia, Portugal, França, Uruguai, Argentina, Polônia, Holanda e outras menos expressivas como Bôsnia e Gales. É possível competir assim ?
Outro dado é: Desde que foi instituído no novo formato, em 2000, apenas em quatro ocasiões os europeus não levaram o título. No primeiro ano quando Corinthians e Vasco fizeram a final, em 2005 e 2006 quando São Paulo e Internacional saíram vitoriosos e em 2012 novamente com o Corinthians. O detalhe é que entre 2001 e 2004 não houve torneio. Depois do título corintiano em cima do Chelsea nenhum outro sul americano conseguiu ganhar o torneio. Também é interessante citar que na nova fórmula de disputa, os argentinos tão vitoriosos, nunca conseguiram nenhum título. São portanto 12 vitórias europeias contra 4 sul americanas.
Apenas para uma informação completa. Em uma rápida estatística para as decisões entre europeus e sul americanos, a chamada copa Toyota Intercontinental, entre os anos de 1980 até 1999, temos 10 títulos sul americanos e 10 europeus. O torneio ainda prosseguiu até 2004 quando foi extinto e nessa fase tivemos 2 vitórias sul americanas e 3 europeias.

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Ninguém está glamorizando a derrota do Mengo, apenas concordo que o time carioca encontra-se em um patamar acima dos demais mas ainda abaixo dos europeus. Quem viu o jogo entende o que eu digo. O estilo de jogo do líder do campeonato inglês é de toques rápidos quase sempre de primeira, dificultado a marcação da equipe adversária, e sufocando desde o início. Não é a toa que o Mengo poderia ter levado três gols nos primeiros dez minutos, depois felizmente o clube carioca achou o equilíbrio e passou a oferecer dificuldades a Klopp. O Mengo deu apenas dois chutes a gol, sendo o segundo uma tentativa de uma meia bicicleta que saiu fraca facilitando a defesa do goleiro Alisson. Já Diego Alves teve que trabalhar mais sendo um dos grandes nomes do jogo. Os que acharam que a partida seria um chocolate do Liverpool, assim como o Barcelona fez com o Santos em 2011, estes se enganaram. Por isso enaltecemos o Mengo. Para acabar faça um simples teste. Qual o melhor time brasileiro você considera atualmente, colocando o Mengo de fora dessa disputa ? O Grêmio, O Palmeiras ou o Santos? Pois pense como seriam qualquer um desses três times enfrentando o Liverpool. Como se diz na gíia do futebol: ônibus estacionado na defesa e o time segurando-se para tentar um contra ataque e fazer o gol. Típico dos nossos modernos e geniais treinadores, aliás talvez Renato gaúcho fosse uma exceção, mas o resto……..de 5 a 0 para cima.

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Se ainda não se convenceu, então pergunto: porque nossos técnicos só saem do Brasil para treinar na China, Japão e países Árabes?

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Bom, gostaria de falar um pouco da retrospectiva de 2019, mas vou seguir a dica de uma frase publicada em alguma rede social que brilhantemente dizia: “Passar vergonha novamente é demais”.

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Que 2020 venha com saúde para todos nós e que possamos enxergar um Brasil melhor. Feliz ano novo a todos. (Porra, quem apagou a luz ?)

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TROFÉU VAI TOMAR UM UUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU. Final de ano então vamos pegar leve. O troféu para o ano de 2019 na qual perdemos tanta gente boa, presenciamos tantas tragédias e pagamos tanto mito, opss quero dizer mico.